O abrigo.




Quero mesmo descontar toda a minha angustia, raiva, agressividade, chame como quiser!
O fato é que eu tento tanto controlar como as coisas acontecem na minha vida que quando eu nao posso controlar eu me perco. E me perco de uma meneira tão irreconhecivel, que realmente não consigo achar o meu caminho de volta.

E cada vez mais que me sinto perdida mais quero me perder dentro desse imenso vazio que existe dentro de mim. E uma vez no vazio, quero permanecer por lá. Não só por alguns minutos, mas quero permanecer como se lá fosse agora a minha casa, ou algo parecido com isso.

O vazio agora é o meu espaço dentro do espaço que nomeamos eu. Eu não sei como é mesmo que se faz para parar de pensar em todas as coisas que eu sinto, parece que agora os meus sentimentos estão começando a me perturbar, e quanto mais eu fujo do que sinto, mais o vazio em que eu vivo fica maior.

E agora por ser tão maior do que era, nao me sinto mais confortável me escondendo por aqui. Ele é grande e suas correntes de ar me perturbam com o seu assovio desconfortavel quando eu tento fingir que durmo. Finjo que durmo, já que quando dormimos fugimos da nossa realidade atraves de sonhos. Mas eu não sonho nada, ou quando sonho, me vejo no vazio do vazio. Então me concentro para não dormir, e me concentro mais ainda para fingir que durmo. Não quero que ninguem perceba que eu sou a unica que nao dorme. Quero ser normal ou pelo menos igual a todos aqueles que vivem no mesmo vazio que eu.

Preciso me achar ou melhor achar alguem que possa me encontrar ou encontrar para mim o caminho de volta para mim mesma. Quero encontrar aquela pessoa que eu me lembro de ter conhecido quando era mais nova. Não sei se ela realmente existe mas se não existir não tem problema, queria apenas encontrá-la. Ela me fez sentir uma sensação bizzara de que os musculos do meu rosto lutaram pois queriam abrir os braços para um abraço. Mas abraços nao existem, são apenas uma maneira de pessoas fracas se apoiarem umas as outras tentando minimizar o que elas chamam de dor.

A minha memoria diz lembrar algo sobre um olhar sincero e inoscente, algo que eu nunca mais tive a oportunidade de ver. Quero encontra-la! Mas um homem com longas barbas e cabelo ralo me diz que essa menina ha muito tempo por lá passou e nunca mais voltou.
Ele tentou me explicar tambem algo sobre o caminho que se trilha na vida e não se volta mais, mas não compreendi muito bem, já que nunca trilhei nada muito além do caminho para a minha solidão.

E como tudo que faço e quero eu sempre desisto, então desisti de procura-la, também desisto de limpar as minhas comodas, desisto de fazer novas amizades, desisto de encontrar o caminho de volta, desisto de comer, desisto de pensar que um dia eu pude pensar em escolher algo diferente mas por alguma razao inexplicavel eu desisti de escolher.

E agora eu estou, agarrada ao meu vicio que me sulga o ar, e nao posso desprende-lo de dentre os meus dedos! E tudo que me custa é tempo, me proporcionando o alivo de que terei menos tempo vivendo nesse vazio. Ja pensei muitas vezes em adiantar a minha morte, mas para que sujar as minhas mãos com o meu sangue, se na verdade já morri a muito tempo? Tenho mais do que bons motivos para permanecer aqui, intacta, olhando para esse quadro que me parece um pouco torto. Mas realmente nao importa, porque no vazio não tenho que dividir a visão do quatro torto com ninguem.

O quadro é meu.Eu disse; meu quadro! Eu não o pintei mas tenho certeza que ou eu o comprei ou achei jogado em algum lugar do caminho que fiz vindo para cá. O caminho foi longo, mas quando comecei a trilha-lo nao era bem isso eu que imaginava encontrar!




Obrigada pelo carinho de vocês!!!
Beijos =)

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Eu sou louca.




Oi pessoal!
Gostaria de agradecer a todos os meus amigos por me apoiarem na criação do blog, por comentarem nos meus posts, por serem pessoas maravilhosas! Vocês são demais!

Hoje vou postar um dos meus textos, o mais recente:

Com muito esforço, tiro meu braço de baixo do adredom que me cobre por inteira e desativo o alarme do meu celular. Ele grita, são seis e meia. Seis e meia e já estou atrasada para começar o dia.

Meu corpo quente, sente o frio da manhã. Troco de roupa, não me importando com o que eu irei vestir. Desço as escadas, preparo meu café da manhã, como aquilo que consigo e entro no carro.

Não consigo iniciar uma conversa e minha mãe está ocupada cantando Cazuza.
Abro a porta do carro, dou um beijo na minha mãe, desço, fecho a porta.
Olho para os dois lado da avenida, atravesso...

Estou caminhando rumo ao meu maior inimigo. Nessa hora, sinto meu corpo gelar, minhas mãos começam a tremer, meu estômago doi e minha dor de cabeça diária acorda.
Não quero entrar nessa aula, não quero entrar nessa aula.
Ergo minha cabeça, e todos os conselhos dos meus amigos me impurram para dentro da sala.

Quero ser invisível hoje, penso. Invisível. Por favor não olhem para mim! Eu sou invisível, tento acreditar, pela última vez.
O professor para de falar por três longos segundos e todas as ovelhas daquele ambiente, olham e comentam sobre mim.

Mêêêê. Vindo da frente. Mêêêê vindo de trás. Mêêêêê vindo dos lados.
Me salve senhor, meu lado religioso aparece. Me dê forças para continuar e seguir em frente! Eu sei que eu consigo, meus pais me falaram isso, e pais não mentem!

Meu coração apertado, não possui mais espaço para tanto medo.
Por que as pessoas são assim? Por que tanto ódio de mim? O que eu fiz para elas? Por que tantas mentiras? Por que tanta inveja?
Minha mente, trabalha, com pressa de encontrar alguma resposta que me fizesse me sentir melhor.

Sento no meu lugar. Graças a deus eu sentei, minhas pernas estavam moles, fiquei com medo de cair. Mas se eu caisse, seria apenas rotina, não é mesmo?

Abro meu livro, e algumas ovelhas da esquerda me observam com muita eficiência. Pisco, para ver se meu olho doi menos. Olho para a lousa, e tento me concentrar no que está escrito. A matéria não é interessante. Assim como aquele lugar que eu estou é chato. Tento pensar em coisas boas, penso no meu edredom.
Quero dormir. Deito a cabeça sobre o meu livro, seguro bem meu celular, e durmo.
Quando acordo, percebo que no sonho eu fiz uma descoberta; EU SOU LOUCA!




Obrigada por tudo, beijão!

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Amigos de épocas e momentos.




Vocês já pararam para pensar na quantidade de pessoas que conhecemos? Sobre as milhares de pessoas que já conversamos e que até demos juntos algumas ridas?
Sobre as pessoas que já nos ajudaram e que nós ajudamos?
Sobre aquelas que conhemos no bar, no clube, na praia, no hotel... Aquele amigo do seu avô, a prima da sua amiga, o porteiro do prédio do seu tio, o moço de quem você comprou o sorvete...

São muitas as pessoas que passam por nossas vidas. Algumas simplesmente passam sem causar o menor impacto, outras passam e levam um pouquinho de nós com elas e nos deixam um pedacinho delas, apenas para garantir de que não serão esquecidas durante o longo caminho que temos para trilhar.

Existem pessoas que fazem de tudo para passarem despercebidas, mas mesmo assim por alguma razão que desconhecemos, decidimos notá-las a qualquer custo, transformando assim suas vidas. São pessoas que nos estimulam a nos doar. Doamos muito de nós para elas afim fazer o bem e nada mais.

Outras simplesmente aparecem nos piores momentos de nossas vidas e nos ajudam a superar algo que jamais haviamos pensado que seriamos capazes de superar!
São pessoas que nos confortam, que nos entendem, que nos amam quando nem nós mesmos nos amamos.
São pessoas que jamais esqueceremos...

E quando a gente pensa que terça-feira é um dia como qualquer outro e surge aquela pessoa muito cativante na fila do supermercado e te convida para uma cerveja mais tarde? São pessoas animadas que te ensinam a sair da rotina a não se preocupar com aquilo que a sociedade diz ser o correto, mas sim com aquilo que te faz realmente feliz.

Para cada momento de nossas vidas teremos novos amigos, novas pessoas que aparecem do nada para nos ajudar a vencer os nossos medos, a preguiça, a falta de confiança, a perda... Pessoas que nos ajudam e que estão sempre dizendo que podemos ser melhor.

Estão sempre de passagem em nossas vidas e não devemos nos sentir mal por conta disso, elas precisam continuar o caminho para poder fazer o mesmo com outras LAURAS, BRUNOS, CARLOS, MARIANAS...

E não se enganem, assim como elas passam em nossas vidas, nós também passamos nas delas!
Serei eternamente grata por todos os meus amigos passageiros, vocês acrescentaram MUITO na minha vida!

Saudades.
Beijos para todos.

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